A primeira oficina realizada pelo Convivium para o curso de qualificação do projeto da ICMBio e UNIRio foi realizada no dia 12 de Julho de 2018. Seu início se deu com uma breve apresentação do Convivium e das atividades a serem realizadas e o tema da oficina, que foi “Mapeamento da paisagem gastronômica do entorno da APA Guapimirim”. Em seguida foi explicado as etapas em que seriam divididas a oficina, sendo essas: Etapa 1: Dinâmica de apresentação dos participantes; Etapa 2: Dinâmica sobre cultura alimentar; Etapa 3: Dinâmica do mapeamento da paisagem gastronômica.
Após o primeiro momento de introdução da oficina, iniciou-se a etapa 1, com a dinâmica de apresentação dos participantes, que procurava criar uma interação precoce entre os participantes. Assim, foram divididos em duplas para conversar sobre seus hábitos alimentares e após a conversa, cada pessoa teria que apresentar o parceiro de acordo com o que foi conversado, como quais são os alimentos favoritos, o que não gostam de comer, se consome café, se gosta de doces, etc,
A etapa 2 visava debater sobre cultura alimentar. Para isso os participantes foram divididos em grupos, onde inicialmente debateram entre si sobre três perguntas feitas com intuito de criar uma reflexão mais profunda sobre o ato de comer, hábitos de consumo, procedência dos alimentos consumidos, padronização alimentar, hábitos de cultivo e compra de alimentos predominantes, esquecimento de hábitos alimentares antigos, entre outros, sendo as perguntas: “O que é comer para você?”; “Quais mudanças aconteceram nos seus hábitos alimentares nos últimos anos? Por que mudaram?”; “O que vocês comem no dia a dia e de onde vem os alimentos?”
As perguntas serviram para nortear o debate e colocar a alimentação como questão principal, além de introduzir o tema de hábitos alimentares como expressão cultural. Nessa etapa foi possível relacionar de forma clara a alimentação e a cultura, mostrando que as vertentes culturais de um povo podem partir também dos hábitos de alimentação.
A etapa 3 da oficina buscou sintetizar tudo o que foi discutido e aplicar para a vivência local. Foram colocados cartazes com cada item a ser abordado. Os participantes foram divididos novamente em grupos para que cada grupo discutisse e anotassem o que eles colocariam em cada item e após todos os grupos terem preenchido as respostas para cada item, mediou-se uma discussão à respeito das respostas obtidas, e posteriormente eram anotadas nos respectivos cartazes. Os itens colocados nos cartazes para os debates foram: “ingredientes”; “produtos”; “preparações”; “produtores”; “técnicas e modos de preparo”; “utensílios”; “bares e restaurantes”; “comida de rua”; “feiras”; “mercados”; “eventos”; “souvenir”;
A primeira oficina gastronômica na APA Guapimirim possibilitou delimitar uma área segura de conhecer de forma real e satisfatória os costumes da população que habita a região ao entorno da APA. Ficou claro como muitos dos participantes não enxergavam o potencial turístico da região onde habitam, mostrando a importância do trabalho de introduzir os conceitos abordados para que fosse possível verem com outros olhos todas a riqueza da região. Elementos que para eles pareciam sem valor, mas que é atrativo para o mercado turístico por sua singularidade e característica cultural. Pode-se dizer que foi um desafio mudar o olhar daqueles participantes a respeito de tudo que eles podem oferecer.