A pandemia do Coronavírus trouxe problemas em diversos âmbitos para a humanidade e, mesmo com a contenção do vírus, ainda podemos sentir o impacto que foi gerado. Além das milhares de vidas perdidas, o desemprego no Brasil, que já apresentava uma crescente antes da pandemia, elevou-se ainda mais, chegando a 14,9% da população, o que equivale a cerca de 14,8 milhões de pessoas (IBGE, 2022).
Com o desemprego atingindo números recordes, uma grande parte da população entrou em situação de insegurança alimentar. A pandemia não foi a causa principal para o Brasil voltar ao mapa da fome, entretanto, acelerou o processo; infelizmente, este era inevitável, visto a negligência governamental quanto à políticas públicas que promovessem a alimentação adequada e acessível a todos. Deve-se destacar que a fome é um problema estrutural no Brasil, portanto necessita de medidas que solucionem uma mazela tão profunda.
É notório que a população periférica seja a mais prejudicada nesse cenário, expondo e intensificando as desigualdades sociais brasileiras. Dessa forma, buscando soluções emergenciais, projetos sociais foram desenvolvidos para ajudar pessoas vulnerabilizadas, destacando as Cozinhas Solidárias do MTST, por promoverem uma gastronomia social.
Desde o início da pandemia, o MTST realiza uma série de ações para ajudar a população mais necessitada, tendo servido em 2020 cerca de 156 mil refeições e distribuído mais de 200 toneladas de alimentos.
O MTST tem ajudado a combater a luta da subalimentação brasileira, planejando construir ao todo 26 cozinhas solidárias nos 11 estados em que o movimento atua. Essas cozinhas solidárias funcionarão todos os dias, com o objetivo de fornecer ao menos uma refeição gratuita para as famílias das periferias nos centros urbanos do país. Em março de 2021, a primeira unidade foi inaugurada no bairro de Brasilândia, em São Paulo.
É preciso garantir o direito à alimentação em quantidade e qualidade adequada para a população, e as cozinhas solidárias consolidam a luta e resistência por esse direito humano.