Por André Luiz Santos Costa

Sistemas alimentares são conjuntos de atividades que englobam toda a trajetória do alimento, desde sua produção até o consumo final, incluindo processamento, distribuição e preparo. Eles representam e são representados pela estrutura agrícola de produção, pelos níveis de processamento e industrialização do alimento, pelas formas de distribuição e obtenção deste, e pelos hábitos e culturas alimentares de uma população (ELIAS, 2020).

Devido a estrutura agrícola de monocultivos quimicamente cultivados, os sistemas alimentares atuais implicam em elevados gastos energéticos, “desmatamento, erosão, poluição das águas, solos, ar e alimentos e perda da biodiversidade” (OLIVEIRA, 2018, p. 3). Além disso, esse desbalanço também resulta em alimentos menos saudáveis, e que acabam por serem prejudiciais à saúde de quem os consome (IDEC, 2021).

Sendo assim, sistemas alimentares sustentáveis são modelos de produção, processamento e distribuição de alimentos onde não se tem perdas de recursos naturais e ambientais no processo, além de produzir alimentos mais saudáveis e seguros para o consumo final.

Esses sistemas são essenciais para garantir que no futuro, seja possível ter acesso a alimentação em quantidade e qualidade adequadas, tendo-se segurança alimentar, além de uma dieta saudável e biodiversa. É necessário, portanto, modificar as estruturas atuais dos sistemas produtivos de forma que esses se tornem mais sustentáveis, das ações mais simples e alcançáveis às mais difíceis, porém cruciais (FAO, 2021).

Uma forma de promover sistemas mais sustentáveis é usando da agroecologia, abordagem política e social que visa justamente promover, em dimensões sistêmicas, o desenvolvimento rural de forma mais sustentável. A agroecologia estimula a diversidade produtiva e nutritiva do solo, o respeito aos ciclos naturais de tempo e espaço das plantas cultivadas, o retorno dos gastos ao solo, e a não utilização de nada que possa interferir prejudicialmente na saúde do solo, dos cultivos, de quem cultiva e de quem consome (OLIVEIRA, 2018).

Outra referência de sistema alimentar sustentável é a permacultura, movimento nascido na década de 70 e que promove a ideia de uma cultura permanente, onde se produz de maneira suficiente e adequada, mas garantindo que todos os recursos sejam mantidos. É regida pela ética de cuidar da terra, das pessoas e do futuro, não fazendo com que o consumo da terra pelas pessoas agora prejudiquem as possibilidades das pessoas depois, tendo assim uma cultura de permanência (PERMACULTURA, 2021).

Referências

  • ELIAS, Lilian de P. Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura Familiar no contexto do desenvolvimento recente do estado de Santa Catarina. 2020, 233 f. Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia, Campinas, 2020.
  • FAO. Facilitando sistemas alimentarios sostenibles. FAO, Roma, 2021. 263 p.
  • IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Sistemas Alimentares Saudáveis. Disponível em: https://idec.org.br/sistemasalimentares.
  • OLIVEIRA, Jeniffer Narcisa et. al. Agroecologia e Sistemas Alimentares Sustentáveis. Cadernos de Agroecologia, v. 13, n. 2, Dez. 2018.
  • PERMACULTURA. O que é Permacultura? Disponível em: https://permacultura.ufsc.br/o-que-e-permacultura/.